Prótese de Quadril



A cirurgia de substituição do quadril, também chamada artroplastia de quadril, envolve a remoção do quadril doente e a sua substituição por uma articulação artificial, chamada prótese. As próteses de quadril são compostas por um componente esférico, feito de metal ou cerâmica, preso a uma haste fixada ao fêmur, e por um soquete fixado à bacia e feito em plástico (polietileno), cerâmica ou metal. Os implantes são biocompatíveis, isto é, são feitos para serem aceitos pelo seu organismo e para resistirem à corrosão e desgaste.



A artroplastia de quadril é tipicamente utilizada para pessoas com dano articular provocado por artrite inflamatória ou degenerativa ou como seqüela de trauma ao quadril. Após a reabilitação, a substituição do quadril pode aliviar a dor e restaurar a mobilidade e função do seu quadril.
Quando deve ser feita
Se um quadril doloroso e rígido tem lhe forçado a diminuir as atividades do dia a dia e mesmo uma simples caminhada de meia hora passou a ser uma tarefa difícil, é sinal de que algo deva ser feito para restabelecer sua qualidade de vida e satisfação pessoal. Se outras formas mais simples de tratamento, como antiinflamatórios, fisioterapia ou o uso de uma bengala forem de resultado insatisfatório, a substituição do quadril pode ser a opção certa para você.
Condições que podem causar dano ao quadril e acarretar a necessidade de uma artroplastia incluem:
·         Osteoartrite
·         Artrite Reumatóide
·         Fratura do quadril
·         Tumor ósseo
·         Osteonecrose, que ocorre quando há um suprimento sanguíneo inadequado para a cabeça do fêmur

Sintomas que podem levá-lo a considerar a substituição do quadril:
·         Dor persistente, apesar do uso de medicação
·         Piora da dor ao caminhar, mesmo com bengala ou andador
·         Perda de sono devido à dor
·         Dificuldade de subir e descer escadas
·         Dificuldade para se levantar da posição sentada
·         Incapacidade para participar de atividades antes prazerosas devido à dor

Riscos
A cirurgia de substituição do quadril é geralmente segura, mas como em qualquer cirurgia, complicações podem ocorrer. Embora algumas complicações sejam sérias, a maioria pode ser tratada com sucesso. As possíveis complicações incluem:
·         Coágulos de sangue. Coágulos podem se formar nas veias da perna como resultado da menor mobilização da perna após a cirurgia e especialmente em pessoas com fatores predisponentes prévios, como varizes, insuficiência cardíaca, tabagismo, obesidade ou uma história prévia ou mesmo familiar de trombose venosa. Rotineiramente são usadas medicações que visam prevenir o aparecimento de trombos ou coágulos por um período logo após a cirurgia, além de dispositivos de compressão como meias elásticas e exercícios que visam melhorar o fluxo sanguíneo nas pernas.
·         Infecção. Infecções podem ocorrer no local da incisão ou nos tecidos profundos ao redor do novo quadril. Preventivamente sempre são utilizados antibióticos por um curto período durante e após a cirurgia. Na ocorrência de uma infecção, algumas podem ser tratadas com antibióticos e limpeza local, mas outras podem necessitar de nova cirurgia para remover e substituir a prótese.  
·         Fratura. Durante a cirurgia, porções sadias do seu quadril podem fraturar. Algumas vezes as fraturas são tão pequenas que podem curar por si só, mas fraturas maiores podem ser corrigidas durante a cirurgia com amarrias, cabos metálicos ou enxerto ósseo.
·         Luxação. Certas posições podem causar o deslocamento do novo quadril. Para evitar isso normalmente é recomendado que logo após a cirurgia se evite dobrar o quadril mais de 90 graus e não deixar a coxa cruzar a linha média do corpo. Se o quadril deslocar poderá ser necessária, além da redução sob anestesia, o uso de uma órtese para manter o quadril na posição correta, ou em alguns casos de uma nova cirurgia para estabilização do quadril.
·         Afrouxamento. Embora esta complicação seja rara com os novos implantes, a prótese pode não ficar fixada solidamente ao osso ou pode afrouxar com o tempo, causando dor. Nova cirurgia pode ser necessária para corrigir o problema.
·         Quebra da prótese. Outra rara possibilidade é a de que a prótese quebre muitos anos após a cirurgia, o que tornaria necessário outra cirurgia para substituí-la.
·         Alteração no comprimento da perna. Comumente já existe uma diferença no comprimento das pernas antes da cirurgia, já que o desgaste ou alteração do formato do quadril afetado torna esta perna menor. A cirurgia procura equalizar o problema, mas algumas vezes podem persistir ou ocorrerem diferenças no comprimento das pernas, geralmente quando presentes menores que 2 a 3 cm. Algumas vezes esta diferença é apenas aparente e causada por fraqueza dos músculos ao redor do quadril e costumam melhorar com o devido fortalecimento  e alongamento após a cirurgia.
·         Rigidez articular. Raramente os tecidos ao redor da articulação calcificam, tornando difícil mover o quadril, isto usualmente não causa dor, mas se você tiver um risco aumentado de ossificação, poderão ser usadas medicações ou radioterapia para preveni-la.
·         Desgaste. Sua prótese pode eventualmente gastar com o passar do tempo, assim caso você tenha sido submetido a uma artroplastia do quadril quando ainda relativamente jovem e ativo, você poderá precisar de uma segunda artroplastia no decorrer da sua vida. Entretanto, o uso de novos materiais tem aumentado a durabilidade dos implantes, fazendo com que uma segunda substituição possa não ser necessária por muitos anos.

A preparação
Na consulta médica com seu ortopedista, ele irá rotineiramente:
·         Perguntar sobre sua história clínica e medicações atualmente em uso
·         Examiná-lo e certificar-se de que você tem condições de saúde suficientes para poder ser submetido à cirurgia
·         Examinar seu quadril, com atenção ao grau de mobilidade articular e força da musculatura ao redor do quadril
·         Solicitar exames de sangue, radiografias, eventualmente um exame de ressonância magnética, eletrocardiograma, exames de urina e outros conforme sua necessidade específica
·         Este é o momento ideal para você tirar as suas dúvidas sobre o procedimento
De acordo com a sua idade, qualidade óssea e nivel de atividade depende a escolha do melhor implante e se este deverá ser cimentado ou colocado sem o uso de cimento ósseo.

Como funciona a Prótese do Quadril








·         As superfícies gastas do seu quadril, ou seja, a cabeça femoral e a cartilagem acetabular (na bacia) são removidas e substituídas por componentes metálicos.
·         A sua nova aticulação artificial é projetada para imitar o movimento rotatório natural de um quadril saudável.
·         Mobilização precoce: Você será encorajado a sentar-se e mesmo tentar andar com muletas ou andador  já no dia seguinte à cirurgia, isto normalmente é conseguido sem grande dificuldade ou desconforto.
Fisioterapia
Um fisioterapeuta poderá ajudá-lo em alguns exercícios que você poderá realizar no hospital e em casa de modo a acelerar sua recuperação.
Atividade e exercícios deverão ser um componente rotineiro do seu dia a dia para recuperar a agilidade e força muscular. Você irá aumentar gradualmente o peso que coloca sobre a perna até que seja capaz de caminhar sem a necessidade de ajuda da muleta ou andador.
Após cerca de 6 a 8 semanas da cirurgia a maioria das pessoas costuma já ser capaz de retomar suas atividades regulares, mesmo que ainda de modo limitado.
Resultados
A substituição do quadril costuma ser bem sucedida em mais de 90% dos casos. Ela proporciona uma redução da dor no quadril e um ganho em mobilidade e na capacidade de realizar atividades simples que antes eram impossíveis. É claro que atividades de alto impacto, como correr ou jogar basquete não poderão ser a expectativa, mas caminhar com conforto, nadar ou mesmo andar de bicicleta poderão ser esperadas.